sexta-feira, 18 de julho de 2014

Muro



Muro alto.
Prisioneiro.
E a tenda que protegia.
Quase se foi com o vento.

Quase foi vendaval.
Esse sorriso faceiro.
Que muro algum esconderia.

Muro alto.
Prisioneiro.
Já nem queria ser livre.
Depois da tempestade.
Grade alguma é tormento.

Agnus Aquiles

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Tela Viva



Na tela vive a tinta morta.
A tinta seca, que a tela da vida.
Na tela plana, branca, bege, rosa.
Na tinta o cheiro é morto.
Com gosto de pincel.

É viva a grande obra.
Na mão de artista aleijado.
Na tela tudo nasce.
Sem parto vermelho carmim.
Sorria Mona lisa de cabelo pranchado.
Com olhar de embaraço, se mostra pra mim. 

Agnus Aquiles 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Veste

A veste que visto me serve.
A veste que me cobre e me esconde.
A veste que me mostra como quer.

O que eu visto é como é visto de fora.
O que não insisto por medo do nada.
O que além de roupa, é casca.

Talvez um dia, vestido da verdade
Talvez, quem sabe, não sirva essa vaidade
Talvez um dia, por ai andarei nú.


Agnus Aquiles